OPSA 2.0 assenta num conjunto de sete eixos/programas

Promover o sucesso académico e detetar e prevenir situações de risco de abandono escolar, designadamente entre os novos estudantes da instituição, através de uma estratégia integrada, holística e inclusiva, que envolva toda a comunidade escolar, é o grande propósito do Observatório para o Sucesso Académico (OPSA 2.0), apresentado a 13 de junho pelo Instituto Politécnico de Leiria.

Com um financiamento de 645 mil euros para os próximos dois anos, o OPSA 2.0 desenha-se com o objetivo de fomentar o acompanhamento dos novos estudantes por pares/mentores, mediante a implementação de um Programa de Mentoria, promover o acompanhamento dos estudantes do 1.º ano por docentes/tutores, através de um Programa de Tutoria, e adotar práticas pedagógicas inovadoras, ativas e diversificadas, mediante um programa de formação e desenvolvimento pedagógico.

Dando continuidade à primeira edição deste projeto, implementada em 2023, o projeto visa ainda prevenir, detetar, acompanhar e mitigar situações de abandono e de insucesso escolar, mediante um conjunto de ações destinadas ao desenvolvimento de competências específicas, de cariz técnico e de desenvolvimento pessoal, assim como fortalecer práticas de autoaprendizagem e de trabalho colaborativo destinadas a preparar os estudantes para os desafios societais do futuro, que os habilitem para um desempenho de sucesso enquanto profissionais e cidadãos.

«O abandono escolar é um problema complexo, pois as variáveis que o provocam são diversas. O foco principal do projeto, mas não exclusivo, são os estudantes de primeiro ano e de primeira vez», referiu Carlos Rabadão, presidente do Politécnico de Leiria, salientando a «importância do envolvimento de toda a comunidade académica».

«Com este projeto assumimos ainda o propósito de criar uma maior proximidade entre o corpo docente e os estudantes, assim como promover a saúde e o bem-estar dos estudantes», afirmou Carlos Rabadão.

Para a vice-presidente Graça Poças Santos, o objetivo é «começar, já em setembro deste ano, o acompanhamento de 2.000 novos estudantes», sendo para isso necessário, no mínimo, 300 tutores e 300 mentores.

O OPSA 2.0 é coordenado pelas professoras Susana Monteiro e Catarina Mangas, que acreditam tratar-se de um «projeto único e transformador», que irá “mudar a vida dos estudantes e de toda a comunidade académica”. Segundo Susana Monteiro, em 2020/2021 (ano de comparação), a taxa de renovação dos estudantes inscritos no 1.º ano foi de 84%, o que indica um abandono de 16%, estando estabelecido como objetivo, nos próximos dois anos, atingir uma renovação na ordem dos 85,63%, fazendo cair a taxa média de abandono escolar para os 14,37%.

O OPSA 2.0 assenta em sete eixos/programas: Programa de Mentoria (estudante/estudante); Programa de Tutoria (docente/estudante); Programa de Formação e Desenvolvimento Pedagógico; Programas Especiais de Apoio à Aprendizagem; Programa Juntos com a Comunidade; Plataforma para o Sucesso Académico; Programa de Coordenação, Comunicação, Interação e Disseminação.

Todas as informações sobre o OPSA 2.0, designadamente a forma como estudantes e docentes podem inscrever-se no projeto, estão disponíveis em https://opsa.ipleiria.pt/.

O Programa de Mentoria será implementado com o apoio de estudantes de anos mais avançados (mentores) que, com as suas experiências e vivências académicas, prestam apoio e acompanham novos estudantes (mentorandos), com vista a facilitar a sua inclusão e adaptação na vida académica. Ao passo que o Programa de Tutoria, efetuado por docentes (tutores), tem como missão promover a inclusão e sucesso dos estudantes, potenciando o seu desenvolvimento académico, pessoal e profissional, designadamente através do desenvolvimento de competências transversais (soft skills).

Por sua vez, o Programa de Formação e Desenvolvimento Pedagógico tem como objetivo promover o conhecimento, assim como capacitar e apoiar o desenvolvimento de competências profissionais, interpessoais e transversais dos docentes do IPLeiria. Pretende inspirar-se o corpo docente a promover um ensino de qualidade, considerando três áreas principais de atuação: planificação das unidades curriculares e das atividades de ensino e investigação; práticas pedagógicas inovadoras que coloquem o estudante no centro dos processos de ensino-aprendizagem; otimização dos processos de avaliação e feedback.

Já os Programas Especiais de Apoio à Aprendizagem visam tornar os estudantes agentes ativos no seu processo de ensino-aprendizagem, assim como sensibilizá-los para o seu papel enquanto mentores, sendo que o Programa Juntos com a Comunidade inclui um conjunto de medidas/ações de ligação à comunidade que permitam a criação ou reforço de redes de colaboração com entidades sociais, culturais e desportivas para promover a plena inclusão sociocultural dos estudantes, considerando as diversas fases do percurso académico.

A Plataforma para o Sucesso Académico incorpora um sistema de predição de estudantes em risco de abandono e de insucesso escolar, baseado em modelos preditivos que recorrem à inteligência artificial e à ciência dos dados, assentando numa visão multidimensional dos estudantes – pessoal, académica, sociodemográfica e social -, com o intuito de permitir agir atempadamente e de forma preventiva em potenciais casos de abandono escolar, bem como melhorar o sucesso académico.

Por fim, o Programa de Coordenação, Comunicação, Interação e Disseminação prevê um conjunto de ações de promoção da comunicação interna e de monitorização do OPSA 2.0, prevendo-se, igualmente, no que concerne à comunicação com o exterior, a disseminação dos resultados na comunidade académica, nacional e internacional, através de comunicações e publicações científicas.